Intro. Pensamentos Mesquinhos


Eram duas da manhã quando recebi a seguinte mensagem: "Estou cá em baixo, à porta de tua casa, desce para conversarmos..." Não demorou muito tempo a por as calças que usei no mesmo dia, a camisa transpirada que seria para lavar. Dei um beijo na mulher que me ama e disse-lhe que ia comprar tabaco, era a deixa mais velha no livro mas por algum motivo continuava a ser usada... funciona! Não que seja meu hábito envolver-me com mais do que uma mulher, só apenas quando tal situação se proporciona. Como filho único a minha mãe sempre me disse que era lindo de morrer, teoria que tem vindo a ser confirmada ao longo da minha vida, as outras mulheres da minha vida confirma-no na forma como olham para mim, como me desejam... não me considero sequer bonito, é a lábia que faz o malandro, e o jogo que faz o ladrão. Sou um ladrão de amores e ódios porque é o que lhes dou. Acredito que estes sentimentos estão ligados entre si, um não existe sem o outro, foi assim que um dia concluí o meu grande amor, com meses e anos de ódio eterno a tudo o que era mulher... Agora, a que tenho na minha cama e chamo de minha não passa de outra, igual a tantas outras que já ali se deitaram. Ela não sabe disso, e provavelmente nunca o saberá, tentará se convencer entre tantas e outras razões que diferentes são os motivos que a levaram a odiar-me também. Inventam de tudo para evitarem a realidade mais cruel e verdadeira de todas, que foi apenas usada para ser fudida, e depois foi jogada fora... Elas nunca chegam a partir, não é saudavel desprezar uma mulher a não ser que ela seja totalmente paranóica e interfira com o resto do rebanho... nunca se sabe a altura que um periodo de seca irá bater à porta e terá de ser necessário chama-la à titularidade mais uma vez.

Abri a porta do meu prédio e vi a minha amante dentro do carro, toda produzida vinda da noite, tinha o sorriso de sempre... o sorriso que todas têm quando querem o que já todos sabemos... transpirava por sexo, e sabia que eu lhe sabia dar o que procurava.